On the edge of survival
(eng)
With the rapid increase in the population of European Shag (PHALACROCORAX ARISTOTELIS) throughout Europe, their observation has become increasingly easier, especially in reservoirs and rivers, where they find tall trees or perches that allow them to bask in the sun and thus remove water from their feathers. With its wings open to the sun, this magnificent bird is able to overcome extreme physical barriers, using this strategy as a vehicle for survival, since unlike most diving birds and the vast majority of mammals that have very efficient thermal insulation, European Shag do not have either a dense layer of feathers or a thick subcutaneous layer of fat (Grémillet et al. 2003).
They adopt this strategy to counteract the loss of heat to the water when diving, as it has high thermal conductivity. In addition, it has an even more enigmatic particularity: its uropygial gland is less developed than in most birds, which makes it impossible to properly waterproof its feathers. Contrary to what Rijke (1968) suggested, the European Shag should not spend too much time underwater, as its feathers lose their waterproofness and its body temperature begins to drop drastically (Casler 1973), putting its survival at risk. In fact, the biggest handicap of these birds and the constant dilemma they live in is understanding how much time they can spend underwater, during each feeding period, without running the risk of drowning or hypothermia. Hence the extreme need to dry all their plumage. Furthermore, it is very difficult for a bird to fly with its plumage completely soaked, which also increases the energy expended.
A bird hated by many, due to economic factors, notably by those responsible for aquaculture companies, has unique survival and adaptation characteristics.
The European Shag lives, with each dive, on the edge of its survival.
(article published in National Geographic Portugal)
(PT)
Com o rápido aumento da população de galhetas (PHALACROCORAX ARISTOTELIS), um pouco por toda a Europa, a sua observação tornou-se cada vez mais fácil, sobretudo em albufeiras e rios, onde encontrem árvores altas ou poisos que lhes permitam aquecer ao sol e assim retirar a água das suas penas. De asas abertas ao sol esta magnifica ave consegue ultrapassar barreiras físicas extremas, utilizando esta estratégia como o veículo de sobrevivência, uma vez que ao contrário da maioria das aves mergulhadoras e da grande maioria dos mamíferos que possuem um isolamento térmico bastante eficiente, as galhetas não possuem, nem uma densa camada de penas, nem uma camada subcutânea espessa de gordura (Grémillet et al. 2003).
Adoptam esta estratégia para contrariar a perda de calor para a água quando mergulha, já que esta tem alta condutividade térmica Para além disso, possui uma particularidade ainda mais enigmática, a sua glândula uropigial ser menos desenvolvida do que na maioria das aves, o que impossibilita uma boa impermeabilização das suas penas. Ao contrário do que sugeriu Rijke (1968), as galhetas não deve passar demasiado tempo debaixo de água, pois as suas penas perdem a impermeabilidade e a sua temperatura corporal começa a decair drasticamente (Casler 1973), pondo em causa a sua sobrevivência. Na verdade, o grande handicap destas aves e o dilema constante em que vivem, é perceber o tempo que podem despender debaixo de água, em cada período de alimentação, sem correrem o risco de morrer afogadas ou em hipotermia. Daí a extrema necessidade de secarem toda a sua plumagem. Além de que é muito difícil para uma ave conseguir voar com a plumagem completamente encharcada, aumentando também a energia despendida.
Uma ave por muitos odiada, devido a factores económicos, designadamente por responsáveis de empresas de aquacultura, apresenta características ímpares de sobrevivência e adaptação.
a galheta vive, a cada mergulho, no limite da sua sobrevivência.
(artigo publicado na national geographic Portugal)